À conversa com... Tatiana Santos

 



Mais de um ano depois, retomo esta rubrica para vos dar a conhecer o rosto da responsável pela fLEaGO,um mercado em segunda mão dedicado a LEGO, que irá decorrer no próximo dia 6 de Outubro em Baguim do Monte (Gondomar), nesta que é a segunda edição...e que não deverá ficar por aqui.

Fiquem então a conhecer um pouco mais de Tatiana Santos 


1-Fala-nos um pouco de ti, a tua idade, de onde és, o que é que fazes, e há quanto tempo és fã de LEGO?

Olá, antes de mais quero agradecer-te pela oportunidade de falar um bocadinho sobre o meu hobby e sobre o meu novo “bebé” que é a fLEaGO. Chamo-me Tatiana, tenho 40 anos sou natural da Maia, ainda que viva desde há alguns anos no Concelho de Gondomar, mais especificamente em Baguim do Monte onde vai decorrer a feira. Sou casada, mãe de um rapazola de quase 4 anos e sou Cirurgiã Geral e, no meio da minha vida atarefada, sou “viciada” em Lego. Não te consigo dizer há quanto tempo sou fã de Lego, acho que desde sempre, mas só recentemente reencontrei os blocos mágicos.


2- Qual é a tua primeira memória com LEGO?

Lembro-me de, enquanto criança ter a minha caixa de Lego Classic e passar horas à volta daquilo. Acho que o set da infância que mais me marcou e que mais horas passei a brincar foi o Lego Sistem Paradisa 6411, do qual ainda conservo algumas peças, ainda que a maior parte tenha desaparecido ao longo dos anos.

6411 - Sand Dollar Café, conjunto de 1992 (Imagem Brickset/LEGO)

3- Se sim, passaste por alguma “dark age”? (Nome que os fãs chamam ao período de desinteresse, normalmente ao entrar na adolescência e que dura até a uma fase mais adulta).
E o que te fez voltar novamente a colecionar ou construir?

Durante a adolescência e até bem recentemente não voltei a “tocar” em Lego. Sempre fui dada a “entreter-me” com várias coisas, puzzles, trabalhos manuais, fotografia, mas honestamente e, apesar de admirar as construções Lego que ia vendo, nunca mais me passou pela cabeça comprar Lego para mim. Na altura da pandemia COVID 19 e durante o primeiro confinamento estava grávida, fechada em casa, angustiada com o que se passava no mundo e muito entediada e nessa altura encomendei online aquele que seria o meu primeiro set do regresso da Dark age (e quem sabe, o set que contribuiu para a minha desgraça). Esse set é o Steamboat Willie (21317) que comprei para decorar o quarto do meu filho e que ainda hoje lá permanece. Depois desse comecei devagarinho a comprar, a pedir de prenda nas ocasiões especiais e fui entrando devagar no mundo Lego dos adultos até que me “perdi” definitivamente e sem retorno!

21317 - Steamboat Willie, conjunto de 2019



4 - Como é que vives o teu Hobby com o LEGO? Gostas de fazer as tuas construções, ou és mais colecionadora?
E que conjunto ou tema mais te influencia, como fã de LEGO? Existe algum tema que gostarias que a LEGO produzisse?

Sou fundamentalmente colecionadora, muito em parte porque não tenho o tempo que gostaria para me dedicar e criar coisas de raiz. Com o passar do tempo fui refinando os meus gostos e áreas e, atualmente, apesar de comprar alguns sets específicos isolados, o meu maior interesse são os sets e criações Winter Village e os modulares. O meu objetivo derradeiro é construir uma cidade “megalómana” e, neste momento, quase todos os sets e peças que compro são com esse objetivo. Claro que raramente consigo resistir aos temas que vão saindo e que me transportam para a infância, nomeadamente a Disney, Rua Sésamo, Simpsons, Flinstones e tudo o que envolva “bonecada” da velha guarda 😊. Acho, ainda que saiba que provavelmente o público alvo para estes temas não seja tão vasto como para temas como Star Wars e Harry Potter, que a Lego deveria apostar em, mais frequentemente lançar sets com temas da infância dos adultos que agora representam a maior “fatia” dos colecionadores Lego.


5-Tens algum construtor LEGO favorito?

Não tenho “experiência” suficiente no meu tempo como colecionadora Lego para selecionar um construtor favorito. Todos os sets que construo, desde os mais simples com o meu filho, aos mais complexos, me fascinam porque existe sempre alguma técnica de construção e utilização de peças “fora da caixa” e inesperada. Continuo a ficar maravilhada de cada vez que abro um set para construir e espero que esse sentimento “de criança” se mantenha durante muito tempo 😊.


6– Há uns meses atrás, foste a responsável pela organização da fLEaGO, uma feira para compra e venda de artigos LEGO em segunda mão.
Antes de mais, parabéns pela iniciativa. Como surgiu esta ideia?

Como se costuma dizer de criança e louco todos temos um pouco. Quando comecei a descobrir a vastidão do mundo de colecionadores Lego, tudo o que existe, as páginas de venda de peças, sets descontinuados e de instruções de MOCs decidi que precisava de duas coisas: uma era o set do comboio de Natal, já descontinuado na altura e cujo preço era, na altura e na minha opinião, demasiado elevado; outra foi que precisava de comprar peças para construir um hospital cujas instruções comprei online. Fui procurar então a forma de adquirir as peças, descobri o Bricklink e comecei a busca pelas peças que precisava. Foi nessa altura que me passou pela cabeça que seria engraçado haver um sítio físico onde as pessoas pudessem, pessoalmente, juntar-se para trocar, vender e comprar as peças, destralhar Lego antigos, e também conhecer e conviver com outros entusiastas Lego. Foi assim que nasceu a ideia da fLEaGO, uma feira da Ladra exclusivamente dedicada a Lego. Da ideia à concretização foi um passo muito fácil porque a partir do momento em que desafiei a Junta de Freguesia da que é, agora, a minha terra, eles deram-me um apoio incondicional e alinharam desde logo na minha ideia maluca. Nessa altura conheci, por acaso, o André Pires, que me ajudou informalmente na organização da primeira feira.

A sensação que tive em relação à primeira feira foi que provavelmente tinha corrido bem, mas não conseguia dizer com certeza. Só depois e com o feedback que fui recebendo é que me apercebi que efetivamente as pessoas tinham gostado, tinha estado mais gente do que eu me tinha apercebido e, mais importante que tudo, quem lá tinha estado queria uma reedição.





7- No próximo dia 6 de Outubro, irá decorrer a segunda edição, dado o sucesso do primeiro evento. Quais são as tuas expectativas para a mesma, e para quem vai visitar pela primeira vez, o que é o que os visitantes podem esperar?

E cá está ela, no dia 6 de outubro entre as 10 e as 17h, a segunda edição do fLEaGO market, uma vez mais com o apoio da junta de Freguesia de Baguim do Monte e desta vez com uma comissão organizadora, que se reuniu quase naturalmente, composta por mim, pelo André Pires, pelo Luis Duarte, pelo Nuno Sousa, pelo André Silveira e pelo Alexandre Vidal Pinheiro (todos eles grandes nomes no panorama Lego nacional 😊). A ajuda deles nesta edição foi fundamental. Os pontos de vista, experiências diferentes e ideias novas permitiram solidificar a organização, introduzir alguns elementos que falharam na primeira edição e dar mais vida e projeção à feira. Desta vez teremos animação com insufláveis para entreter os pequenos, personagens do Star Wars da Legião 501 a “vaguear” pelo recinto, carimbos para passaportes Lego, autocolantes com a nossa mascote e muitos, muitos sets Lego à venda (atualmente estão inscritos 26 vendedores, com um total de metros de mesa ocupados superior a 80 metros). Mantemos o espírito simples da feira, aberto a todos os que nos queiram visitar e de entrada gratuita e não abdicamos do cariz social da mesma com o apoio a quem nos ajudou também desde o inicio que foi a Associação Muralha de Esperança, uma associação local de cariz social, sem fins lucrativos e que presta apoio diário a centenas de famílias carenciadas da região.

Estamos, eu acima de tudo, ansiosos pela chegada de dia 6. Penso que esta edição vai ultrapassar qualquer expectativa que eu alguma vez imaginei atingir com esta “brincadeira”. O grupo de Facebook que foi criado para divulgação do evento já conta com mais de 1000 manifestações de interesse na feira e temos aparecido em várias páginas de notícias por isso só podemos esperar que vá ser efetivamente um sucesso.

Acima de tudo quero que as pessoas se divirtam, que passem um bom dia em família, que conheçam pessoas novas com quem partilham este interesse tão especial que é o Lego.

Quem sabe se esta será apenas a segunda de muitas edições da fLEaGO – a feira da ladra de Lego…

Esperemos que sim, haverá mais certamente. Muito obrigado Tatiana, boa sorte para a fLEaGO, tenho a certeza que será um sucesso!

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